terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Poema Cheiroso

Gentem! Estou de volta. Sei que vocês sentem falta de uma historinha nova de vez em quando mas como já expliquei no conto anterior (conto nada, é tudo verdade), ando muito ocupada com trabalho e outros afazeres no meu dia-a-dia. Mas arrumei um tempinho, antes das minhas férias, pra contar aqui uma história triste. Triste pro cara.

Hilbert (Hum, se fosse o Rodrigo...) era um cara lindo. Maravilhoso. Parecia o Reynaldo Gianecchini (tá bom vai...menos!). Alto, moreno, nos seus 30 e poucos anos, profissão bastante conceituada e solteiro (diziam). Hanna, 24, linda e bastante corajosa.
Uma noite a mãe de Hanna a convidou pra ir a uma festa de comemoração do trabalho. Ela trabalhava no mesmo local que Hilbert. Disse a ela que seria melhor ir lá do que ficar em casa, e que tinha um homem lindo que ela iria adorar. "Quem sabe você fica conhecendo ele, eu te apresento". "Ai! Tá bom, mãe. Eu vou pra sair de casa um pouco mas não vai inventar de ficar me apresentando gente não."
Hanna se arrumou mais ou menos. Não se produziu como se estivesse indo a uma balada mas também nada comparado ao modo em que se veste quando vai ao supermercado (bom, também, só ela fosse sem noção). Sua mãe a apresentou, toda orgulhosa (afinal, muito bonita. Que mãe não tem orgulho?), pra todas as suas amigas que estavam na mesma mesa e todas as pessoas que íam lá cumprimentar. Menos o tal do Hilbert, que nem chegava na festa. Até que chegou. "Nossa Senhora da Aparecida!" Foi apenas isso o que Hanna conseguiu pensar ao avistar o tal moço. (Já podem imaginar o quanto o cara é bonito, né?)
A noite acabou e nada aconteceu, nem um mero oi. Hanna, no dia seguinte, com toda a sua coragem, pediu que sua mãe conseguisse o telefone do mocinho pra mandar uma mensagem. Mandou. Dizia o seguinte: Fiquei te paquerando ontem na festinha. Minha mãe me levou e depois que te vi, valeu a pena. (Light, né?). Bom, horas depois Hanna recebeu um telefonema dele e conversaram um tempão. Hilbert disse que sabia quem era pois mesmo não tendo sido apresentado, ele tinha visto uma menina muito bonita que não fazia parte da turma. A ligação acabou com a programação feita pro dia seguinte: um jantar para se conhecerem.
Dia seguinte Hanna foi ao cabelereiro, fez as unhas, comprou uma roupinha básica porém muito apresentável e só não foi depilar porque não era essa a intenção (Hum!!! Esse é um truque pra quando sabemos que teremos que ser forte). E Hilbert passou pra pegá-la. Disse que cozinhava muito bem e que queria cozinhar pra ela (humm...básico isso, né? Vão pra casa dele, ninguém vê, ninguém se compromete. Bom pros dois) com direito a vinho (Hahaha, já vi onde isso tudo vai dar).
Foi uma noite muito agradável. Hilbert extremamente simpático (aliás, tiro o chapéu pra ele até agora porque o cara quando sabe que é bonito, geralmente fica falando em demasia de si mesmo, se vangloriando e ele não fez nada disso) (Não que eu realmente use chapéu, né...No máximo um bonezinho quando vou caminhar no sol). Depois de uma certa hora, com bastante vinho na cabeça já, Hilbert a beijou. Sem saber como (eu sei), Hanna foi parar na cama dele, com ele, sem roupa, sem ligar pra depilação, ou melhor, a falta dela (ah, isso não dá). E lá passou a noite. Foi uma noite ótima. Sem direito a ressaca no dia seguinte. Hilbert acordou, preparou um mini café-da-manhã e a levou pra casa. Ok, foi isso!
Foi isso nada. Hilbert ligou pra Hanna simplesmente a semana toda, queria vê-la de qualquer maneira. Hanna não queria, estava achando um grude. "Será que homem não pode aceitar quando a mulher quer apenas uma noite e tchau?" - era o pensamento dela. Na sexta-feira, logo pela manhã, o porteiro do prédio de Hanna interfonou dizendo que havia uma encomenda pra ela. Era uma caixa. Quando ela abriu, era o par de brincos que ela havia esquecido na casa dele (é..pra ter esquecido os brincos, não deve ter sido muito light o negócio, certo?), envolvido em um tanto de algodão que exalava o perfume dele (perfuminho bom, viu!). Mas não era apenas isso. Dentro da caixa havia também um poema. (Vocês acreditam que ainda há homem romântico nos dias de hoje?) Ao ler, Hanna começou a chorar (como assim?) e subitamente teve vontade de vê-lo mais uma vez.

PS: me esqueci de mencionar dois fatos importantes: Hilbert estava indo morar em outra cidade em menos de duas semanas e Hanna estava de viagem marcada naquela sexta-feira, inclusive, com a passagem comprada.

Logo que Hanna terminou de ler, Hilbert ligou perguntando se ela tinha recebido a encomenda. Desfarçou o choro e disse que sim, naquele momento. Ele praticamente implorou pra que ela ficasse mais um dia, pra ela ir viajar no dia seguinte. Ela disse que não tinha jeito. Quando desligou o telefone, Hanna quase morreu de tanto chorar. E passou a tarde chorando, até a hora de ir pra rodoviária (pobre é assim, vai de ônibus mesmo. Se fosse eu, teria ido de avião, lógico!). Chegou na rodoviária, ela olhou a passagem, foi ao guichê e fez a pergunta "O que acontece se eu quiser trocar a viagem pra amanhã?". Bom, já era! Ligou pro Hilbert e "fiquei!". (Já elvis!)
Passou a tarde mais empolgada do que nunca, ligou pro patrão dizendo que não ía mais viajar e que estava indo trabalhar. Ok.
A noite, mesma coisa da outra vez. Hilbert passou pra pegá-la e foi demonstrar mais um tipo dos seus dotes culinários. Na casa dele! Dessa vez Hanna foi mais preparada e se depilou (ahahaha, mulheres...). A noite foi ótima, muito vinho, pouca comida (apesar de estar gostosa, não dá pra comer muito quando se sabe o que vem depois, né gentem? Dá só pra BEBER muito). Estavam no fogo no sofá e Hilbert foi até o quarto fazer qualquer coisa. Quando Hanna percebeu, uma lágrima escorreu de seu olho (ah, mas o que que é isso???? Filme?). Dormiram juntos novamente e o dia amanheceu. Ele a levou pra casa dela e ela em menos de três horas estaria no ônibus. Dessa vez ela não queria ir mesmo. Mas não dava pra adiar mais um dia. Quando ela entrou no ônibus, refletiu e chegou a conclusão de que apesar de ter sido tudo com muito vinho, tinha percebido que já estava envolvida, provavelmente apaixonada. TUDO POR CAUSA DE UM POEMA CHEIROSO. (PQP!!!!)

Gente, então... vocês se lembram do filme Titanic? (claro que se lembram, eu cito esse navio em quase todas as minhas histórias). Quando a gente alugava na locadora, naquela época, mil anos atrás, era em VHS, não tinham inventado o DVD, então filme muito longo vinha em duas fitas. A primeira fita é só alegria, paixão, até que o navio bate no iceberg. Assim que ele bate no iceberg, a fita acabava e cortava nosso clima mas já íamos ansiosos correndo colocar a segunda fita (bons tempos aqueles...não tinha DVD mas foi uma época boa) ............ (Nossa...fiquei pensando aqui naqueles tempos...mas...voltando a história aqui...) e ao colocar a segunda fita no vídeo cassete, já se inciava a parte que tudo começa a desmoronar. A mesma coisa essa história. O navio acabou de bater no iceberg. Mas vocês terão que esperar pela segunda parte desse meu VHS aqui pois é uma história comprida, rica em detalhes importantíssimos (vocês não perdem por esperar) e não quero escrever tudo em uma história só. Aguardem, ansiosamente, pela segunda e desesperadora parte. E já vou avisando que o Hilbert vai ser designado a uma cabine mais que especial no meu navio, uma das mais altas e com a melhor vista. Pra quando explodir, ele voar bem alto.

To be continued... (Em Inglês porque sou chique)